Aos 14 anos, Izaias Teixeira já passou por um dos momentos mais importantes de sua vida. O menino, que nasceu com uma anomalia ortopédica no joelho direito, foi submetido a uma cirurgia corretiva no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS). A unidade, que fica em Icoaraci, distrito de Belém, é referência no tratamento de pé torto congênito e deformidades congênitas nas mãos em crianças.
“Ele não conseguia andar normalmente e minha maior angústia era como isso poderia afetá-lo no futuro”, contou Ângela Teixeira, 61 anos, avó do adolescente. Agora, após a cirurgia bem-sucedida, a expectativa da família é pela recuperação completa. “É um alívio. Agora é esperar pela fisioterapia e torcer para que ele tenha uma vida tranquila e um futuro sem limitações”, afirmou a aposentada.
Natural de Soure, na Ilha do Marajó, Izaias recorda que desde pequeno enfrenta dificuldades para realizar atividades simples da infância, como brincar ou ir à escola. “Quando eu tentava correr, acabava me desequilibrando e caía. Com o tempo, minha perna foi ficando ainda mais torta, o que causava muita dor ao caminhar. Mas agora estou feliz com a cirurgia e esperançoso de que tudo já deu certo”, disse.
Outro caso de sucesso é o de Leomar Sousa, de apenas oito anos, que também passou por uma intervenção semelhante, considerada igualmente um sucesso. “Meu filho tinha os dois pezinhos tortos, andava com as costas dos pés. Além de sofrer bullying, ele tinha muita dificuldade para caminhar e até para brincar. Mas agora, graças a Deus, ficou tudo bem”, declarou a mãe dele, Eliana Maria, 41 anos.
Casos como o de Izaias e Leomar integram as estatísticas positivas do HRAS, que somente em 2024 realizou 911 cirurgias do tipo, sendo 843 voltados à ortopedia pediátrica e 68 para deformidades congênitas nas mãos. Esse serviço faz parte do Programa Doenças Ortopédicas da Infância, iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), criado em setembro de 2020.
O Pará é o único estado brasileiro a manter um programa específico para esse tipo de tratamento, totalmente gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que inclui além da cirurgia, acompanhamento completo no pós-operatório, com sessões de fisioterapia. Vale ressaltar que o HRAS aumentou sua capacidade de realização de cirurgias ortopédicas para crianças, de 50 para 80 procedimentos ao mês.
A malformação é considerada complexa por afetar tecidos músculo-esqueléticos da criança que ainda está se desenvolvendo. O Estado disponibiliza o tratamento após o encaminhamento do paciente pelo Sistema Estadual de Regulação. Uma avaliação é realizada no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) e, havendo indicação cirúrgica, o caso é direcionado ao Hospital Abelardo Santos.
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